sábado, 27 de março de 2010

A guria defenestrada


Alexandre Nardoni foi condenado a 31 anos de cadeia. No meu
mundo quem joga uma filha pela janela é uma pessoa passível
de pena somente num manicômio. Ou esses anos todos em
cela especial vão fazê-lo se arrepender? Nardoni é um risco à
sociedade? Curioso esse caso conjuntamente com o do Dr.
que esquartejou a amante e voltou a estudar e o do Pimenta
Neves, na minha opinião eles não cometeriam os crimes
de novo, ou você acha que o Nardoni seria capaz de matar
novamente? Parece um mero acidente de percurso, o que
definitivamente não tira a brutalidade do caso nem ameniza
a situação. Ou, como diria Edinho, ele estava possuído por um
encosto. Mundo estranho, muito estranho.

Eduardo e Mônica

Diretamente dos livros didáticos de Lingua portuguesa:

Por que a Mônica era de leão e o Eduardo só tinha 16?
E por que o filhinho é só do Edu?

Me explica?

domingo, 21 de março de 2010

Acordo prévio

Hoje tô meio tristinho, morreu um tio meu, aquele que
me assediava por que tomava chifre da namorada. Tudo
bem, tava superado mas agora que ele morreu volto a
me lembrar....

Anotado em meu diário:
"Acordo 5 e meu bilau tá inchado, tardinha passo no doutor
e ele diz que fui chupado. Amanhã passo na polícia, se isso
não é assédio, o que é esse caralho?"

No outro dia marcas vermelhas de batom, quase pensei que
fosse minha irmã mas vi que não era pelo tamanho da marca.

Fui gozado na polícia, então resolvi por minha conta, instalei uma
câmera e passei no jr. um leve veneno, que não matasse, só
fizesse virar as tripas.

Acordei de sobressalto e fui ver os quartos, num deles meu tio
se contorcendo na cama, não precisava nem ver a fita da câmara.
Também não entregaria pra polícia pois ele já tinha sido da
corporação e ainda tinha amigos nas delegacias. Não fiz nada com
ele mas matei seu gato como se mata um cavalo e ele acordou com
a cabeça de bigodes do lado. Foi seu último infarto.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Elegia do burguês

A burguesia é boa
Dá empregos para os negros
Geralmente paga em dia
Concede folgas
E respeita os direitos do trabalhador

O burguês é bom
Falo por que sei
Só cresci por um

A burguesia não fede
Fede quem cospe no prato que come

Sou burguês
Tenho alguns milhões
Mas não deixo de engajar meu filho

Tenho uma ONG
E banco vários plays
Quando falam mal de mim
Revelam o mau de vocês

Foi burguês que escreveu O Capital
O burguês é freguês dos animaus
Alvos de benevolentes 10%
Que pagam seu uno, corno

O burguês é tudo de bom
Dá o pão e se passa a vara
Paga a pensão

O burguês é cristão
Movimenta com a honra a nação

O burguês não trai
Mas se o faz
Não deixa saber

O burguês tem crédito na praça
Não tem seu nome no SPC por uma cama

O burguês é boa praça
Mesmo que não pareça sobre a carcaça

O burguês não delira
Se delira não é mais

O burguês ouve jazz
Só aí sustenta muitos afro-americanos

O burguês não tem o pau grande
Mas tem um bom fundo

O burguês tem todos os dentes, são 32.

O coração do burguês bate mais forte
Ao ver os mulatos asfaltando a estrada
Sendo bons mulatos
Garantindo seu PLR

Se o olho do burguês é vazado
Por causa do tiro de um favelado
O burguês não o culpa
Investe em pesquisa genética

O burguês compreende minha métrica
Baseada somente em estética
Por que o burguês é belo
E se não é, faz plástica

Os burgueses são vocês
Basta descobrirem o lado bom
Metonímia de burguês

Um cu calado é um poeta


Meu cu não me remete nada
Se o Arnaldo dá-o e peida
Que se foda
Também posso

Começando a trilogia do cu
Três estudos, três lógicas
um mesmo rabo

Coitado do meu cuzinho
Está tão banalizado
Não há outra coisa de que se fale

Meu cu só me suja
Jogando fora o que não presta
-Olha que tem quem coma

Meu cu tá tão velhinho
Sofreu tanta tração
Que já não está mais apertado

Meu cu no seu facho
Seria bom, eu acho
Mas não quero testar

Meu cu se apavora
Ás vezes chora
Lágrimas de sangue

Meu cu já sabe o rito
Todo dia quando acordo
É esse o horário

Meu cu medido
Em repouso não dá a medida
De quando em trabalho

Meu cu é sem graça
Me sinto tanto quanto ele
Quando o convoco
Pra mandar uma gracinha

Meu cu é uma desgraça
Não cagar seria uma graça
Por Deus concedida
No inferno é que se paga

Meu cu é meeiro
Não dá nada de graça
Nem por bom pagamento, no caso

Meu cu é uma pena
É cheio de pêlos do lado
Ás vezes raspo
Mas dá maior medo de rasgá-lo

Meu cu é de um redondo quadrado
Quando tem um pinto dentro
Limpo ou cagado
Está sendo comido

Meu cu nunca teve um dono viado
Mil perdões se estou sendo homofóbico
Meu dedão se não estou sendo sincero

Meu cu nunca esteve tão independente
Basta eu espirrar
E já fico melado
E me lembro
De quando
Não precisava de um cu
Pra ser engraçado
Um cu não é engraçado
Woody Allen é dos bons
Mas não é engraçado
Então fico com meu cu
Mas não pode ser lado a lado?

Beauvoir Who?


O feminismo tem sua história, ajudou a modelar o século XX.
Por essa história é que as mulheres podem o que podem hoje.
E é por estar sobre o ombro desses gigantes é que surgiu no
final do século a maior libertadora de mentes feminas de todos
os tempos: Britney Spears.

Quando Britney surgiu no mercado fonográfico já não era, nos
EUA, criminalmente imputável, mas na maioria dos países era.
Hoje ela já é criminalmente putável em todo lugar, já se pode
put um crime nela, mas ela passa incólume pois ela não faz
parte da luta de campo, essa já está terminada, terminou com ela.
Ela selou e veio dizer o que pode. Dizê-las que podem tudo.

Britney é moda eterna: à mulher não basta ser terna, é preciso
um pouco de pulso, em cima disso pode tudo. Podemos andar
sem vagina, é só nossa a calcinha. Gestamos os filhos, os
cuidados deixamos com os homens. Se nada der certo na hora
da cama, nada de drama, mudamos o sexo, do parceiro ou o
nosso, raspando o cabelo. Britney, fair Lady, única OBM nobelada,
abençoa libertinagem, a cabotagem e dirigirmos dirigíveis. Britney,
se vale mais que dólar o britanic money, vale mil milhões só o
seu nome. Brit liberou a bunda, o seio e a vulva, agora é buzanfa,
peitchola e xana, por nós não pelos homens. Britney é amada,
só cede se cedida, nem quande excede está excedida.
Aparentemente desatina, ledo engano, é sempre tudo na medida.
Britney será pra sempre nossa ídola, assim que morrer vamos
empalhá-la, faremos estátuas da santa, idolatraremos sua imagem
pois a única bíblia que conhecemos só tem uma frase e a nada
condena: Baby, uma vez mais. E o baby não é um cassete.

Foder-te-ia


Já aprendi que foder não te ofende
Nem eu ser fodido
Pois te amo e tomo no brioco
Há muito que perdi o brio

Já entendi que pra fuder-te
É preciso estar fudido
Pois saiba que te amo
Não tomo no brioco
Mas sempre foi fudido

Compreendi, te foder-te
Só se for só
Deixei a poeira subir
Já não sinto tanto

É foda
Só me fodo com outras
Com você talvez dê certo
Vou te convencer, esteja certa

É tolice, eu sei
Mas eu estou com ira!
Pra onde minha raiva for

Vou te foder com carinho
Baixinho
No escurinho
E será recíproco

Fuder não te ofende
Mas se eu me foder por isto
Eu tenho chance?

Minha chance é um passat
Você é o scort que eu vou montar
Nem que precise de um bom montante
Nem que precise te enfiar um scotch
Precise precisar o que precise

Você verá que não é sempre assim
Me foder ao te tentar
Dessa vez vai dar
Você vai me dar seus pais em paz e no seu país

Maria ave, ouve-me
O vime recrudesce
Porém persisto

Tô quase ovino
Me saiu pela boca um ovo
Não sei o quê é isso
Estou fudido?

Abre alas pra minha bandeira
Flor de Lins vem me ver
Meu território está marcado
Quem pisar tá lascado

Abre alas pra minha folia
Estou deitado na cama
O terreno é fértil
Cansado de damas
Se deita grandes dramas

Tô só e ovino
Tem mais um ovo saindo
E a sujeita não cala
Nem se sujeita

Não é possível tão óbvia como ela
Suas fases redundam
Seu olhar revela
Quero mais é que se foda
Eu e ela, com ela, sem mais.

*

Dedicado ao Edgard e ao Ivan.

segunda-feira, 15 de março de 2010

O pornógrafo

Terry tinha 22 e Mary era uma qualquer no ônibus. Terry passou
a mão de Mary em sua bunda. Mas Mary não gostou e foi tirar
satisfação com o cobrador. Terry gaguejou e afirmou que fazia
pornôs e que ela era boa pro papel por que sua mão não afundou.
Seu coração lhe dizia e ela acreditou. Mary desceu dois pontos
depois e Terry desligado desceu no seguinte e por sorte ainda
a encontrou. Mary lhe disse que já havia feito pornôs, que não
sabia como ele adivinhara mas foi por pouco que ele se safou.
Terry disse que sempre sonhou ser vovô mas não queria que
seu filho o tivesse com dama então chamou uma coroa da
região teoricamente aposentada do ofício mas que por um pouco
mais que a média ainda dava no côro mas aí que a velha tinha
tirado o útero e deixou-o com o pau na mão. Mary o levou e
mostrou alguns do seus filmetes. Terry aprovou e comentou a
incrível elasticidade demonstrada além da plasticidade das cenas
por culpa do diretor, é claro, mas o casal não decepcionou e
tomou um banho e provou do doce. Mary levantou dizendo que
iria fazer compras para abastecer a geladeira que andava tão
mirrada e em vista disso pegava seu cartão como um adiantamento
que era essa a sua forma de trabalhar e que aquele seria o último
e que na bunda não tomava mais pois não era de bom tom nem
havia vaselina suficiente para o seu diâmetro. Terry concordou
extasiado, faria muita grana, comeria as puritanas de dia e de
noite as pretas cubanas de grossas ancas e grandes tetas e
grandes braços de lavadeiras ou tomaria jeito e se vestindo à
caráter encantaria uma dama com um colar ou uma suburbuna
com um ventilador potente ou nada disso, que continuasse tudo
na mesma, era novo e ainda havia tempo. Era tudo o que queria,
não depender de ninguém para seu próprio suicídio. Sucinto
quando pedido, prolixo se requerido, à toa se não bandido. O prato
foi suculento, a bebida foi realento, só os irmão eram um tormento.
Um, mais velho, Erão, mesmo dormindo enchia roncando; mais
novo, Tom, um mimo de terror, era um filme do Inillef Federico.
No mais, corria à boca pequena que o porto zarparia em busca
de outra quimera, que a daqui em tão pouco se esgotara, só
sobrara prejuízo no balancete. Aos poucos as ações estão
suportando uma tendência de queda por isso logo tirei meu
dinheiro e vim investir nesse ramo. Uma câmera, um puto,
uma puta e o resto é lucro. Tô mais feliz que Eunuco. No
final de cada dia homenageio a melhor cena no banheiro.
Logo após me lavo. É bom lembrar pois uns se esquecem.
Ontem foi um dia especial, meu pai me deu como presente
antecipado uma piteira com capacidade de 23 gramas de puro
ouro fundido na temperatura ideal. Estreei logo cedo enchendo-a
de pó para os convivas da próxima semana. Você não vai cometer
essa cafajestada. O que é isso?! Canalha não é canalha e meio.
Não mereço um cano desses, tudo que tenho construí na mão
não foi de favor que obtive, nem que tivesse sido seria de direito.
Vá, se puder. Se não, vá se fuder. Meu carro tá quase pronto aí
vou poder te dar carona, não precisa ficar ouvindo a conversa desse
caô. Quando estiver completamente recuperada, volta que te dou
mais uma, se achou que ainda foi pouco pra sarar a dor, sou bom
de mão, nunca errei na dose. Overdose nem de água da mais
límpida. Beija minha mão que limpo teu chão, esse era nosso
acordo tácito que descumpriste. E agora que te faço? Beijar meu
chão e limpar minha mão? Acho que não. Te darei um Mercedes
com um teco de óleo no freio. Já que você não está aqui vou pegar
emprestado seu colete de presidente da UFO e leiloar pra cotejar
um pouco meu juízo.

Um conto anal


Cu todo mundo tem
Homem, mulher
Vão todos se fuder
Cada um ao outro
Pode crer

Quero saber
Por que gosto
de falar cu
Que gosto tem?
Cedo azedo
Suado de tarde
Isso todo mundo sabe
Mas não é o de todos que arde
O meu ardia
Até o dia que descobri que tinha AIDS
Daí não coçou mais
Só de noite. Bem tarde.

AIDS não dá no cu
Mas se pega dando
Noutro dia me peguei dando
Sabe como é
Foi o outro e ainda não era dia
Só eu que dei
Mas nesse dia pegamos ambos
Não sei como
Não sei de genética
Me disseram que foram os fluidos
(será que tem acento?)

A AIDS é um mal que assola a humanidade
Foi um deles que tirou minha virgindade
Era um Deus com AIDS
Caiu do céu infectado
Coloquei seu pau em quarentena
Pra fazer uns experimentos em seu rabo
Vê se tirava o vírus inoculado
Se estava no cu eu iria tirá-lo
Os experimentos não deram certo
Meu registro foi cassado
Mas para o anjo era tarde
Um Deus sem cu
Para um viado é o diabo
Assim que ele ficou
Eu fiquei atormentado

Não satisfeito
Na China fui bancado
Meus estudos continuaram
Fui titulado pós-graduado
Produzi um soro sagrado
Hoje posso dizer que estou curado
Agora só dou pra consolo
E com condom bem colocado.

Essa é minha história
Registre-se nos anais
Encontrei a cura, que para todo o sempre
eu seja louvado.

A Sra. Gorda da Calçada

Jamais amigos me faziam falta, mulheres sempre faziam.
A Sra. Gorda da Calçada era uma das que eu sustentava. Ela às
vezes me pedia um cigarro embora soubesse que não fumava,
acho que nem ela, só botava o troço na bucha e se saía. Na
verdade nem era eu que pagava senão não seria toda semana.
Aos poucos foi se acostumando e em pouco tempo ficava por
aqui. Eu ralhava e ela nem. Insistia, ela se enfezava. Não queria
sair nem me dava margem. Não era minha, se se dava todo
dia, fosse só meu dia na semana eu relevava. Queria dar porrada,
mas sempre tive consideração com o ser humano. Sobrevivemos.
Não mais vi.

Arquivo fechado.

Rodrigo Ferraz, o menino peitudo


Rodrigo Ferraz é o sujeito deste vídeo.
Há algumas semanas ele foi a estrela do Domingo Legal.

Eu devia ficar triste por ver um ser humano tão, mas
tão medíocre, sem a mínima noção de que o cérebro
é que difere o homem das bestas e dos vegetais.
O corpo é tão somente o invólucro, é perecível,
datado, frágil. O cérebro é a luz, a verdade e
a vida, alimenta a alma e fortalece o espiríto
quando bem tratado. Por outro lado dilui
a alma e degreda o espírito quando desprezado.

Mas eu sou um egoísta convicto e este sujeito me
lembra que uns 90% da humanidade caminha ao
seu lado, banhando-se festivamente no mar da
ignorância, indiferente a qualquer coisa que
realmente importe, se é que sei o que importa.
Se a maré é essa, pode ser que eu é que esteja
errado, o negócio é banalizar, rebaixar tudo, dessa-
cralizar geral. Bom mesmo é passear sem calcinha
pra mostrar a vagina no jornal, bom mesmo é
gozar na boca, não no reduto do seu lar ou num
motel, mas em público para as homenagens dos
primatas. Estou errado e prefiro continuar errado.
Prefiro continuar levando minha vida de merda.
Vou dispensar meu mensalãozinho enquanto
puder. Vou seguir na minha falácia. No meu
discurso vazio. Na minha ignorância que é a maior
de todas, aquela que tem consciência da sua
magnitude. É isso que falta à humanidade, tomar
consciência da sua própria ignorância, não são
precisos milagres para salvar o mundo. De todo modo
não queremos salvar o mundo, queremos salvar-nos,
se precisamos do mundo, salvemo-lo; se pudermos
ir pra outro canto, é isto que faremos. E onde estamos
errados nisso? Em lugar algum. Sou um ateu, apertaria,
com gosto, um botão para destruir tudo de vez se me
fosse dada a oportunidade. Pergunto novamente:
onde estamos errados nisso? A besta mamou em
nosso seio, gozou de nossa companhia mas traiu
nossa filosofia. Filosofia de quem? Dos senhores
bon-vivants do norte? Ou a de Ibn Khaldun? Que nada,
não passa de baboseira só sigamos a vida que no final
dá tudo certo.

*

Esse artigo foi publicado originalmente numa
revista e reformulei e estou publicando aqui,
por isso o delay.

domingo, 14 de março de 2010

As putas e as prostitutas


Prostituição é profissão de fé, não creio nisso mas é o que é.
Atuam nos edifícios do centro, nos da orla, nas ruas, nas areias
das praias e às vezes nos móteis. Os rapazes comem suas
bundas e pagam em dinheiro(a maioria não aceita cartão). Tem
umas que não gostam de dar a bunda mas o fazem por um troco
a mais. Não é o caso da nossa entrevistada, que nunca dá a bunda,
acha nojento e que já ganha o suficiente só se dando de frente.

Pergunto se ela se ofende em ser chamada de prostituta, ela diz
que não, só se ofende com puta.

- Puta é uma vadia tipo a Cicarelli, que se casou com o Ronaldo só
por dinheiro e faz que não. Eu sou prostituta.

A bossa dos boçais

João Gilberto é o bossal
Stalin é boçal
Tom Jobim é bossal
Bush Jr. é boçal
Vinícius é bossal
Lula é boçal
Carlinhos Lira é bossal
Maluf é boçal
Nara é bossal
Ná Ozzeti um tanto
Netinho é boçal
(não como Pimenta e Castilho)
Ronaldo e Silvinha são bossais
O outro Ronaldo é boçal
Donato tem o tato de bossal
Mussolini todo o mundo sabe
Menescal é bossal
Roberto é amante
Caetano é pela-bossa
Caymmi é pré-bossal
O neanderthal é pré-boçal
E eu, que danço à beça,
Só lambo os beiços

quinta-feira, 11 de março de 2010

O que procuras?


Pois é, pois é, pois é...
Meus caros, há quanto tempo hein?!
Como vocês devem imaginar, tô com a maior preguicinha
de dar as caras aqui e com a maior displicência pra escrever
qualquer poemota ou prosopéia para o deleite de vossas
mentes, então vou fazer uma análise dos termos de buscas
em que consta nos resultados nosso querido blog:

1 – Asfixiação: Ok, aqui bate, realmente escrevi sobre
asfixiação. Mas o divertido é saber como funciona a mente
de um internauta(por conseguinte do cerumano). Ele quer
aprender algumas técnicas para asfixiar a namorada que
lhe deu um chifre, quer ver fotos de pessoas asfixiadas ou
será que... sei lá mais o quê!

2 – Frase que rima com camisinha: Ave Maria, essa foi foda.
O cara quer fazer um poema pra namoradinha rimando
camisinha. Como eu sou um sujeito prestativo vou dar uma
mãozinha(com o auxílio luxuoso dos nossos poetas populares)

“Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha,
vai mete logo a camisinha”. Serviu?

3 – Tito Braz: Hum, não seria Tinto Brass? Mas esteja de
sobreaviso que Brass é pornô-soft. Não o seu gore que sei
que cê gosta.

4 – Genias gemendo: Perversão pura ou o cara presenciou
um acidente e a vítima gemia mas gemendo e ele queria saber
o que devia fazer ou, ainda, Genias é um nome próprio e o
sujeito queria ver o fulaninho gemendo. Qual será?

5 - “juri armanda”: O cara foi pego no flagrante e ainda
acha que “a” juri tá é “armanda” pra cima dele?!

6 – Não é que rimo: Esse acabou de se descobrir um poeta.

7 – Musicas de guei: Assista BBB.

8 – Musicasgay: Assista BBB tudo junto.

9 – Tito pignatari: Fazendo a busca encontrei um no Twitter
mas, como o sujeito veio parar aqui, imagino que não era
quem ele procurava. O google devia dar logo a ficha completa
das pessoas: endereço, telefone, estado civil... facilitaria as coisas.

10 – Poesia de boyola: Uma qualquer, poesia é coisa de boyola.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Meu coração


Meu coração bate
Como não sei como
Eu o chuto
Num pontapé - Ouça "Xutos e Pontapés"

Meu coração pede
Não sei o quê
O atendo
Não sei por quê

Meu coração veve
Dizendo que chego
Pra mim basto
Como eu vejo

Meu coração recorre
E eu apelo
Entorno o pêlo
E aperto

Meu coração nem sabe
Eu guardei
Ele perdeu a dele
Queria saber onde

Meu coração virado
Corado
Me coroou
Seu rei

Meu coração sem direção
Apartado na caixa
Vai ser doado
Já castrado

Meu coração não me pertence
Mas está em meu domínio
Insolente permanece
Sem sentir

Meu coração quer parar
Descansa pra depois voltar
Às vezes bate mais forte
Outras com dor

Meu coração, mal acostumado
Permanece rifado
Mas quem dá o lance
É que é levado

Meu coração não quer calar
Mas já está
Rodou
Afundou do outro lado

Perdão, coração
Você, massa amorfa
Crua e oca
Meu consanguíneo
Bate por mim
E eu só te digo
Obrigado, irmão

Eu quero ficar nu


Desde que minha mãe me deu um esporro por conversar muito
na sala de aula, regredi socialmente até me tornar o outsider de
hoje. Acompanhando o isolamento veio a timidez, também
causada pelo impedimento de sorrir por causa dos dois dentes
da frente devidamente quebrados fazendo um sorriso nada bonito.
Oh, que vergonha de sorrir. Dói lembrar. Meus pais tinham
condições de pagar um dentista pra consertar mas pra eles
era coisa menor(enquanto pra mim era tudo...).

Numa apresentação de um desses trabalhos escolares em que
a gente vai na frente e lê qualquer coisa escrita no papel, minha
timidez chegou ao seu auge. Segurava o papel e tremia como se
tivesse tendo um ataque e todo mundo dando risada da minha
cara. Foi o começo do fim para minha timidez. Jamais me
permitiria passar novamente por uma situação vexatória daquela.

E assim se deu. O isolamento continuou firme e forte ao longo
dos anos mas a timidez foi gradualmente passando. As amizades
só não vieram pura e simplesmente por uma divergência de
interesses. Enquanto os outro garotos se importavam com o
tamanho da bunda da Carla Perez e com Jiraya eu descobria
o movimento browniano i.e. nada a ver com nada.

Como a timidez não mais existia surgiu uma nova concepção
de corpo, livre da vergonha, a idéia de lar da alma deu lugar
a de prisão do espírito. E os valores que deviam ser preservados
em relação ao corpo viraram pó, o que tinha valor era tão somente
a mente, onde o homem é capaz de algo mais, por que por mais
que se diga que o corpo humano é perfeito, não é, ele é perfeito
na sua imperfeição, perfeito seria não cagar ou, por que não, ser
auto-suficiente, consumir-se a si mesmo até o esperado fim ou,
ainda, não ter fim. Isso sim não seria injusto chamar de perfeição.

Então queria ficar nu. Um pinto é um pinto, um cu é um cu. Nada
disso tem valor. Foi nesse momento que perdi a moral e criei
a minha versão.

Eu sou racista


Pra fechar uma trilogia, falemos de como se manifesta meu
racismo. Estou me abrindo pra você, por que você não se
abre pra mim?

O racismo implica em impingir a um homem determinadas
características, especialmente de personalidade, de acordo
com a quantidade de melanina que aquele sujeito carrega no
DNA.

Sempre que tenho contato com um sujeito branco penso que
ele não está dando a mínima para o que estou falando. Tudo
o que importa, para ele, é que sou um mulato e ficando
calado ainda estaria errado. Mesmo sabendo, conscientemente,
que nem todo branco tem esse pensamento, é, quase sempre,
assim que penso, é a muleta que preciso para me achar melhor,
por não compartilhar desse nocivo sentimento, mas, contradição
da contradição, me achando melhor por ele, supostamente,
se achar melhor estou compartilhando do sentimento e então
me igualando.

Mas um detalhe não desprezível é que esse jogo, que só eu
dou as cartas pois o outro jogador é inerte, parece se tratar
de uma diversão mental do meu inconsciente. É meu cérebro
brincando com a minha racionalidade. Ele sabe que sentimentos
não me movem, nem sequer levantam meu pau(ou muito menos).
Então ele quer me dizer que eu posso saber de tudo, posso não
ser dominado pelas frequências criadas por ele, mas elas sempre
estarão lá, mas nem eu sirvo ele, destilando irracionalidade, nem
ele me serve, livrando minha cabeça destes pensamentos inúteis,
que em nada me abalam mas definitivamente me tiram o foco das
coisas que realmente me interessam, e "ele" sabe quais são mas
jamais vai se curvar a mim e assim ficamos nesse impasse.

A verdade é que fora esses pensamentos mundanos, me espanto
com minha falta de sentimento(o que não deve ser confundido com
brutalidade gratuita), me sinto como se fosse um juiz universal que
veio para julgar a humanidade, não me achando um Jesus mas
como um Balzac ou Victor Hugo, que nada mais fizeram senão um
julgamento da sociedade.

Eu não tenho orgulho de ser negro


Já que falamos dos escolhidos, falemos agora dos deserdados,
mesmo correndo risco de pegar um processo na cabeça.

Os negros(onde não me incluo nem me excluo pois sou incolor)
costumam dizer que tem orgulho de serem negros. E eu cá com
meus botões: orgulho de quê?

Uma idéia que me vem à cabeça é orgulho da resistência à
escravidão. Oras, diz-nos a lei da inércia que um objeto tende a
permanecer no seu estado e oferecer resistência a qualquer
mudança. E o objeto-homem negro e livre é tirado de seu estado
de liberdade e posto em cárcere e submetido a trabalho forçado.
Nada mais natural que haja a resistência, o objeto era livre e
assim pretende continuar a ser pois têm consciência de não
ser um objeto de menor valor ante ao branco-carcereiro-domador.

Heróismo ocorre com um (desde sempre) objeto bunda-reprodução
passando a ser ativo-reprodutor. De ser mulher acho que teria uma
ponta de orgulho. Mas de negro... realmente não sei onde reside.

Mas também não nos avexemos. Mais vale orgulho que vergonha.
Ao menos quando não machuca ninguém.

Houve o Holocausto. E daí?


O Holocausto foi o extermínio de judeus por parte dos nazistas
por motivos econômicos.

Aí eu digo: e daí? No que isso implica? Por isso os judeus são
mais ou menos dignos de compaixão? A escravidão condenou
muitos mais milhões à servidão e posterior miséria. E daí?
Foda-se. Circunstâncias. Dominou quem pôde, não dominou
quem não soube fazê-lo.

Não existem povos mais ou menos bondosos. São as
circunstâncias que fazem com que perdure uma organização tribal
em alguns países da África, foram circunstâncias que fizeram
os europeus desenvolverem a navegação em longas distâncias
antes dos ameríndios e foram circunstâncias que fizeram os
judeus espalharem-se pelo mundo. Foram as circunstâncias que
talharam o talento deles para os negócios e foi esse talento que
causou inveja no fürher e as circunstâncias advindas da 1ª grande
guerra causaram sua subida ao poder lhe dando as armas para
exterminar aqueles que considerava empecilhos para o
desenvolvimento alemão(ou dos alemães).

Os judeus causaram, os negros causaram, os japoneses causaram
suas duas bombas. São todos culpados de suas vitimações. Vão
receber bônus por isto? Por não terem chegado primeiro?

E não me confunda com Mel, eu sou só uma abelha.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O educador


Não se encontrava por dentro. Estava a consciência toda fora
e querendo briga. Atiçou e não queria troco. Renegou a crença
maior. De palavra aceitou seu oposto e sofreu dano. Subiu no
ringue abatido dizendo que era tudo um engano, coisa dos seus
curtos anos mas a encenação estava armada e o júri
pré-selecionado queria cruz pra quem nunca foi redentor, queria
o sangue para oblações em memória do bem maior e assim se
deu: foi expulso da congregação. Tudo por E, que ouviu e teve
medo e correu do seu dever.

E, você me ensinou como não ser um educador. Muito obrigado.

Os amantes


D chegou antes de mim. Estava lá esperando. Ofereceu-me uma
colher de tinta e um passeio nas árvores. O que D vê não sei em
mim, mas se repetiria.

D, como quase toda branca, exibia espinhas no seu rosto pálido,
se mostrava atenta aos meus passos e tinha uma barriga e a perna
fina.

D não era linda mas, em como se mostrava atenta, cada vez mais
ficava.

D queria contato pra me afastar no próximo segundo.
Me fez deitar em seu busto e me deu um não na cara.

Na igreja segurei sua mão de nata na minha mulata nata e
ganhei um beijo, não teve gosto de queijo por que foi só
de mão, de amigos longínquos.

Creio que D me quisesse mas M me empurrava e esta, sinto,
mas não descia.

D tinha o braço gelado, não sei mas vivia frio ou eu é que
acho - só uma vez o senti.

Uma vez fui com D pra casa, num fio de cabelo guardado, um
fio louro, talvez castanho se não tivesse pintado.

D viu que eu olhava e passou a mão de um outro bem perto do
seu órgão. Eu odiei mas ainda amava.

D, você devia ter me dado.

Em frente só restaria o degredo.

D, você me ensinou como não ser um amante. Muito obrigado.

*

Especialmente ilustrado por René Magritte

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Arnauld Rodrigues


Foi-se nesta semana o humorista Arnauld Rodrigues. Humoristas não resistem ao tempo devido a mídia por eles utilizada não ser revisitada. Assim mais cedo ou mais tarde Chacrinha e Janete Clair serão esquecidos.

Pois bem, o que poucos sabem é que Arnauld lançou alguns discos e essa sim é uma mídia perene.

Sua fase mais conhecida foi na banda "Baiano e os Novos Caetanos" em parceria com Chico Anysio que chegou a ser popular nos anos 70. Vale a pena dar uma ouvida. Ou não.

Soltem o Arruda já


Estou a partir deste momento encampando a campanha
"Soltem o Arruda por justa leis para os corruptos".

Tem que prender seus bens, prendê-lo é só gasto para os cofres
públicos.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O preço da vida


Condenado por morte no caso João Hélio vai morar
na suíça custeado por ONG.

Vejam pelo lado bom: menos um escroto aqui e se aprontar
lá não tem habeas corpus certo.

Até o kibe repercutiu a notícia.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Quem eu fui um dia nº5


Tony Tornado

O que faço: Ator
O que fazia: Cantor

"Não fosse o tom, eu é que seria o Tim. Agora não mais soul."

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Os Tropicalistas abandonaram o Tom

Para os que acompanham o blog(who?): por sugestão do google não
devo repetir títulos mas esse entraria no isso, é, uma, inverdade.

Tropicalismo ou tropicália, todo mundo sabe o que foi ou pelo
menos acha que sabe. Dizem alguns que houve, no seio do
movimento, pintores e poetas mas a vera é que tradicionalmente
só se fala do tropicalismo como movimento musical.

Os tropicalistas eram Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, um outro
bahiano aí e mais alguns agregados(valorosos). Os tropicalistas
preconizavam a mistura de diversas artes e origens se utilizando
do rock e dos ritmos nordestinos numa ruptura ensaiada com a
a bossa para no minuto seguinte enamorar-se novamente.

Isso tudo não passa de uma grande mentira quando se trata de
Tom Zé. Gil e aquele outro baiano sempre foram antenados e
receptivos às novidades. Tom, bem, mal sabia quem eram os
Beatles em 1968 e tampouco fazia questão de saber. Tom não
estudou nas mesmas escolas que os dois, Tom era(e é) o
sertanejo, sempre muito mais alinhado a Elomar que a The Doors.

Gil e o outro bahiano, talvez não conscientemente, se utilizaram da
tropicália(gerada por eles, é justo dizer) para se transformarem em
estrelas pop, falem o que quiserem mas foi o que aconteceu,
pegaram a poesia de Torquato Neto, de Capinam, dos irmãos
Campos e de Pignatari, a filosofia de botequim, a sociologia de
araque, o candomblé e o misticismo adjacente e colocaram a
serviço do pop. A serviço de se tornarem pop. Eles são pop,
goste-se ou não; ser pop não significa, somente, vender tantos
discos quanto os finados Sandy e Jr.; ser pop não significa,
simplesmente, emular Kraftwerk, ABBA ou Bee Gees como
alguns pensam.

E Tom Zé nunca foi pop. Tom Zé nunca foi urbano. Tom Zé buscou
o sertanejo que havia no erudito. Ou o inventou. Ou o sugou de sei
lá quem. Tom Zé não foi traído. Tom Zé não foi extirpado. Tom Zé
não foi esquecido. Tom Zé botou um cu(ou fez que botou) numa
capa. Tom Zé rasgou a foto do papa, ops, aí foi a Sinead O'Connor.
Tom Zé nunca foi um tropicalista de direito portanto nunca foi
abandonado.

Não tô

Suavemente pra poder rasgar
Tô te chamando pra te embebedar
Te agradecendo pra poder te esculachar
Te enganando pra não mais te envenenar
Te construindo pra poder inaugurar
Te beijando pra poder te trair
Em ti trepando pra poder escarnecer
Ensimesmando pra poder te responder
Enciumando pra poder te proteger
Envaidecendo pra poder reconquistar
O teu amor que jurei nunca perder
Entristecendo pra poder te alegrar
Enraivecendo pra poder te ignorar
Embrutecendo pra poder te admirar
Enfurecendo pra poder bem te amar
Encarecendo pra você não me pagar
Escurecendo pra você não me gostar
Enriquecendo pra um barraco te comprar
Emburrecendo pra mais desses eu te dar
Eu vou aqui sofrendo pra você gozar

Inspirado em "Tô"(Tom Zé)

Go back

Pois é, estamos de volta. Quem pensou que o penúltimo seria o
último, dançou. Estive tirando o atraso na série americana
"Dexter"; havia assistido a primeira temporada na época da
exibição na tv e só agora comprei o box da segunda e estou
neste exato momento comprando o 7º episódio da terceira
temporada, até amanhã termino de comprar o box da terceira.
Continuo achando a série atraente, o elenco é estupendo mas
sinto falta de alguma coisa.

Além de "Dexter" estive pensando se valia a pena continuar
escrevendo neste blog; fico pensando se algum dia alguém
vai se interessar pelo que escrevo, não que a intenção
seja essa, a intenção sempre foi auto-satisfação mas,
quando essa não ocorre, me satisfaço satisfazendo.

A verdade verdadeira é que eu queria ser uma merda de um
escritor mas não passo de um escritor de merda, não em
termos de conteúdo pois como podem ver nos posts anteriores
só trato de Hegel pra cima. O caso é que creio que tenho um
conteúdo pra mostrar, mesmo alheio a academicismos, mas
falho miseravelmente quando tento fazê-lo, qualquer ficção
sempre descamba para um surrealismo vadio e desinteressante.
Mas também não consigo desistir, é como se Deus estivesse
me dizendo que estou no caminho certo, ele me manda
mensagens dizendo isso, ou pelo menos é no que eu queria
acreditar. É aquela ponta de misticismo que ainda resiste
bravamente no mar de racionalidade.

Fosse uma receita teria uma pitada de Ingmar Bergman,
diluindo ou concentrando, realmente não sei, alta filosofia,
o riso agridoce saudavelmente(?) pedófilo de Woody Allen,
a fixação de Stanley Kubrick, a magia de Spielberg,
a energia de Scorsese, a melancolia de Tarkovsky,
a liricidade de Clarice Lispector, a crueza de Rubem
Fonseca, a ironia de Machado(essa só pra dizer que
sou culto... só li Machado quando criança), qualquer
coisa do Clube da esquina, uma nota de Chopin(mais uma vez...),
se fuder dignamente como Jean Valjean, talvez não tão
complacente e o recheio todo à base dos medalhões da
MPB.

Eu queria isso. Ou morrer. Quem sabe vagar por aí que
o inferno deve de tá cheio e o céu loteado. E aqui tá muito mas
muito chato. E deprimente. E constrangedor. E procrastinador.

*

"Só quero saber do que pode dar certo,
não tenho tempo a perder"
Torquato Neto

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Do caderninho ao selim com vigor


Quando tinha cinco anos e cheguei no Brasil tudo o que eu
queria era ser o caderno da menininha, poder acompanhá-la
por todos os cantos, ficar do seu ladinho e dormir no
seu quarto. Depois cresci e passei a querer mais, quis ser o
selim e quis ficar molhado.

Houve um tempo,
quando eu era menino,
Que pra poder ficar juntinho de você
Eu queria ser o seu caderninho

Mas o tempo passou
E não queria mais só ficar juntinho
Queria ser o banquinho da bicicleta
Pra sentir seu ânus suar

Pra ficar bem perto da vagina
Queria ser sua calcinha

...

....

...morder o seu grelinho, gozar na sua garganta...
....
....
....
....

...O meu gozo vai
A tardinha cai
O meu gozo vem
Te trazer um neném
...

...Ó, dá-me tu, com vigor...
...
..
.

Adaptado de "O caderninho"(Olmir Stocker),
"Selim"(Cristiano Telles, Raimundos), "Vai Serginho!"(Mc Serginho)
e "O barquinho"(Bôscoli/Menescal)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A poesia é sagrada mas eu sou pagão


A poesia não é livre
-A poesia é sapeca
Poesia quer rima
-Roga por métrica

Poesia é presa fácil dos estetas
Mas não pode Chico ser poeta
Se Clarice não o era

Poesia não é moral
Pode te ferir na jugular
Te virar do avesso

Poesia não pode ser desenhada
Não pode ser transcrita
Para outra plataforma
-Não cuspa na poesia

Poesia não é desfrutável
-Não pense em fodê-la
Não é amigável
-Não tente entendê-la
Não é sociável
-Tem alto grau de autismo

Poesia não é representável
-Isto é crime inafiançável
Poemas não são frutas
Poetas não são árvores
Antologias não são pastos

Poesias não têm parentes
-Nascem transplantadas
Um poema é, de longe,
A maior Arte
Um mandamento
É não tentar alcançá-lo

São diamantes lapidados
-Sem valor de mercado
Flores secas com cheiro de molhado
Poesias são poeiras de estrelas
São totens para os amados

Remédios caros
Cadarços de lã
Pullovers de lycra
Sapatos de chuva
Fortalezas de recifes de coral

Poesias são o natal
O reveillon e a ceia
Podem ser fatais
Deixando alguém viver
Podem ovular
E ejacular sem nem saber

Poema é engenharia sem fundação
Arquitetura desprovida de medidas
É ponte pênsil
Edifício sem pé-direito

Não dói parir um poema
Pois eles gestam para sempre.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O sucesso de house é um mistério


House é um daqueles produtos que têm tanta qualidade que
é difícil explicar a sua enorme aceitação popular. É muito
cômodo aceitar a teoria de que tudo o que é popular não
presta e tentar a todo custo encaixar as exceções na teoria.
Assim podemos explicar o sucesso da segunda fase dos
Beatles a partir da "pobreza" da primeira fase, explicamos
a popularidade de Billie Holiday a partir de um contexto
histórico ou podemos explicar a fama de "The Godfather"
por sua violência.

Não podemos(ou estou sozinho nessa?) aceitar que um
sujeito adepto do idioma miguxês, por exemplo, consegue
enxergar as qualidades inerentes a um produto(pois se
se vende é um produto) do quilate de House ou dos citados
anteriormente. Queríamos mesmo que fosse só nosso e de
mais ninguém pois o povo pode até gostar mas não é capaz
de apreciar como se deve algo que exija um alto nível
intelectual para a sua geração.

A melhor explicação, na minha opinião, é que uma obra
popular de qualidade é feita de camadas; tem a camada
superficial que todos vão entender e a muitos vai agradar
e outras camadas que servirão para os interessados em algo
mais que mero entretenimento. É libertador mas também
não é uma verdade absoluta. Taí CSI pra provar o contrário.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Asfixiação erótica


Asfixiação erótica é a prática de se enforcar enquanto
se masturba para aumentar o prazer. A primeira vez que
vi algo relativo a essa prática foi num episódio da
série americana "Six Feet Under" que no prólogo sempre
mostrava uma morte e na segunda temporada teve uma
personagem que morreu assim. Encontrei na Bíblia que o
primeiro caso documentado ocorreu no século XVIII.

É por essas e outras que em relação a sexo não há
mais nada para inventar, só reciclamos as práticas.
Há séculos fazemos todo tipo de sacanagem mas até
hoje não aceitamos socialmente os bacanais do
Calígula nem a homossexualidade de Alexandre, o Grande.

A água bate há séculos mas essa rocha ninguém fura.

Beyoncé e as castas hereditárias - Parte I


Tendo em vista o novo buzz em torno da
cantora Beyoncé devido a sua consagração
na cerimônia do Grammy, trago a vocês um
artigo sobre como se deu a sua ascensão
através de seus antepassados.

Os Panteras Negras estavam cansados de trabalhar
nas minas do meio-oeste mas alguns anos depois
teriam motivos para agradecer o tempo sofrido.
As batidas das picaretas que lhes foram dadas foram as
bases para o reflorescimento da intuição rítmica latente
que estava alojada em seus genes mas que não encontrava
meios de expressão no vale modorrento.

O vento constante faria soar notas se pudesse
chacoalhar as folhas que as árvores não tinham.
As picaretas é que cortavam o vento e soavam
notas nas rochas e se cantava a "Elegia do moribundo".
Quase posso ouvir os passos e os grãos de poeira
esfumaçando na minha frente.

A alienação não durou como o esperado e a guerrilha
avançou e pôs-se fora dos campos que muito barrentos
seriam se lhes fosse mandada alguma chuva...

*
Como o tempo está muito bom, vou treinar para
a meia-maratona que vou fazer em Abril.
A segunda parte fica para algum
outro momento.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Quem eu fui um dia nº4


Júnior
O que faço: Comentarista
O que fazia: Jogador de futebol de grama e de areia

"Eu batia um bolão na grama, cansei e fui bater na areia"
"Eu batia um bolão na areia, cansei e virei comentarista"

O blowjob da Tess


Estamos no ano de 1960 e o ator Klaus Kinski não está
satisfeito com o caminho que sua carreira segue.
Achando que não estava tendo seu talento suficientemente
reconhecido pelos alemães, parte para uma temporada em
Viena e lá conhece Werner Herzog, o diretor que o transformaria
não em um astro popular, como ele queria, mas em um ator
reconhecido no mundo do cinema e relativamente famoso.

Mas a fama cobraria um preço: no curto período que viveu
em Viena nasceu sua filha, que cresceria sem a presença
do pai, mais preocupado com sua carreira que com a prole.

Nastassja cresceu e, para desgosto do pai, resolve tornar-se
atriz mas haja vista a contrariedade de Klaus prefere começar
a carreira sem assumir a identidade, pedindo uma chance por
seus atributos e não por seus laços familiares.

Nastassja consegue alguns papéis por seus atributos mas não
os atributos que ela desejava mostrar e, não vendo outra
alternativa, aceita o papel de protagonista em "Deep Throat VII"
mas posteriormente desiste em virtude do surgimento de
Roman Polansky oferecendo-lhe uma personagem que poderia
dar uma guinada em sua carreira.

Admirado com a beleza da jovem, Polansky convida a moça para
um teste em sua casa de modo que pudesse ter certeza que
ela era a pessoa certa para estrelar "Tess".

Nastassja chega na casa de Polansky que a chama para o quarto.
A atriz nota um volume estranho nas calças do diretor que notando
a tez da moça pergunta a idade dela e como ela responde que aca-
bara de fazer dezoito, Polansky estranhamente se irrita e pede que
ela volte no dia seguinte para vê-la caracterizada.

E assim surge Nastassja Kinski. Sem precisar engolir gala.
Por pouco.

*

Se procura o suposto bola-gato da @twittess, recomendo procurar na casa do carvalho.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Isto, é, uma, inverdade



Galvão
é(foi) um grande letrista

Os Novos Baianos foi, sem dúvida, um dos maiores
groupies
da história da marijuana e tem sua discografia
recomendada, mas aqui o assunto é seu principal letrista,
autor de praticamente ou todas as letras originais da
banda, Luiz Galvão.

Não quero com isso dizer que Galvão foi um péssimo
letrista; só não foi nenhum gênio, o que não é
nenhum pecado.

Vamos às letras:

Curto de véu e grinalda
Pra conhecer minha face oculta
Tenho que curtir de coroa e anel
Véu e grinalda na luta santa

Na santa luta virgem idade

Todos os olhos da cidade

Senhoros, senhoras


Carece de sentido. E senhoros é dose.

Se eu quiser eu compro flores
E me desperto nessa cor que me conheço que é só o perto.
E na sala de espera: televisão,
óculos escuros da
minha noite me fala das cores.
De dia, o jornal, meu guia espacial.


Considerando a época quase faz sentido.

Mistério do planeta
O tríplice mistério do stop,
que eu passo por e sendo ele no que fica em cada um.

????????????????????

Quando você chegar
Quando você chegar, é mesmo que eu estar vendo você.
Sempre brincando de velho, me chamando de Pedro,

me querendo menino que viu de relance.

Construção tortíssima.

99 vezes
Você procure 99 vezes e depois deixe uma pra lá
Que não foi em vão que Einstein disse
que o saber vem do infinito


Saquei.

Straight-flush
A noite me "revivoro"
De sur-em-sur-presas vem

Cai-nos a noite
De noite
Por mais que lhe afogue a vida

Esconda o jogo
Blefe
Mas na cartada final

Abra o leque

Straight-Flush.


Será que sou ranzinza e não vejo a originalidade?

Na fogueira
Lá no meio, lá no fundo da fogueira que se descobre,
que o sonho é o mais belo caminho para a eternidade.

No meio ou no fundo?

Sugestão geral
Tragam sempre o supreendente,
Lancem a dúvida em semente,
No aniversário das letras,

Um presente da pesada,
Um ano de palavras.


Quase... tente mais uma vez.

E por aí segue a toada.

Rima pobre, prosa rica

Acordei cedo como há muito*Não fazia
Li o jornal e desci **********A escadaria
Corri a mão***************Ávida
Na televisão***************Da visão da minha tia
Havia sangue**************De balas desde a sesmaria
Flores********************Daquelas que nunca se via
Corações partidos**********Saindo paridos de gritos
Uns abraços***************Contidos
Casais********************Mas alarmados
Choro********************Era um ranger dentes
Danação(falavam lá)*******Se é que foi acidente
Vídeos ******************Não havia tradução infiel
Fraques*****************Um tudo muito bonito
E Ordinários*************Para contemplar

sábado, 30 de janeiro de 2010

Bin Laden ataca novamente


E Bin Laden manda notícias. Agora adicionando ao discurso
anti-imperialista uma insuspeita preocupação ambiental.

Pensei em algo para escrever sobre este sujeito mas não sei
o que dizer, então falemos sobre os States.

Estados Unidos da América. Assim como aqui temos uma
República Federativa, lá temos Estados Unidos. Poucos devem
se lembrar mas houve um período que nos chamamos Estados
Unidos do Brasil, portanto o nome do país é, de fato e de direito,
América, tomando para si o nome do continente. Situa-se na
América do Norte, que comporta o México(mas não deveria).
Sem considerar o Alaska é um pouco menor que o Brasil.

Como colônia nasceu branca de brancos fugidos, loucos para
tingir os vermelhos de um tom mais rubro, num tom bom para
beber ou para escalpelar. Homens sem temor, com sede de
poder e achando muito legal matar com armas de fogo uns
abestalhados com arco e flecha.Os documentários de Ford
e os primeiros episódios de pica-pau são dessa época
e retratam bem que não havia certo ou errado. Guerra é guerra.
Demorou alguns anos para a vitória final dos brutos
anglo-americanos(quem diria, vindo dos sensíveis
ingleses) mas com os mexicanos foi como tirar pirulito de criança.

A partir daí a locomotiva ia funcionar na base do "chega mais", quem
chegava, de onde viesse, era bem recebido, menos os africanos,
que se viessem também seriam bem vindos, não me entenda mal,
mas eles nunca vinham, tinha que ir lá no cu do mundo pra
buscá-los, aí não eram bem vindos mas logo faziam as pazes
e diziam para eles irem para o sul por que eles não tinham agasalho
e lá fazia muito frio no inverno e eles não suportariam por não
estarem acostumados e assim se dava. Lá ia o negro com sua
enxada doada pelo branco se cadastrar no sul para a reforma
agrária e, enquanto isso não acontecia, trabalhava no roçado
do patrão.

John era dono de uma pequena fábrica e presidente de uma ong
e muito preocupado com as notícias de que Terry não fornecia
luvas para seus negros nas plantações insistiu para que este
adotasse a proteção mas como houve resistência
por parte de Terry por causa do preço elevado das luvas naquela
época pois estavam sendo feitas de um material alternativo
(o látex estava em falta) John se enfezou e bateu forte na mesa
derrubando o chopp de Terry e saiu gritando que aquilo não era
humano, que negro também é branco e que a conversa a partir
dali ia ser com bala.

Depois de receber um tiro na face e após sobreviver milagrosamente
mas com a cara desfigurada, Terry desiste e assina o cheque para
que comprassem as luvas mas aí já era tarde e John pediu mais
alguns benefícios que Terry não teve como negar.

Daí ninguém segurou os niggers: fizeram música, receberam muitos
mais dos seus, criaram gangues e guetos, que influenciariam a
multiplicação dessas aglomerações nos quatro cantos do mundo.

Mas como nem só de negros vive a América, vieram também muitos
italianos, inclusive Don Vito, que na realidade não deixou
descendentes como erroneamente é mostrado no filme do Coppola.

Vieram asiáticos que criaram chinatonws e abriram restaurantes.

Vieram Judeus que tomaram conta da economia e do cinema.

Vieram os cubanos sem nem sair de sua ilha trabalhando
na limpeza da base de Guantánamo. Mas alguns vieram
de canoa mesmo.

Foi-se Kubrick mas antes chegou Lang.

E por fim voltaram os mexicanos e retomaram(moralmente)
seus territórios.

Rima pobre, prosa rica

-Me toca. Me toca sem eu saber quem é você, deixa eu me mostrar.
Calma, não é hora ainda de gozar, vem cá, me abraça, tá tão frio, o
calor é só lá fora, não chega a penetrar. A voz que chama é lá de
fora, nao incomoda. Firmemente vejo que nada sinto, o que escorre
é só tédio que me faz sossobrar. O tempo anda nublado, percorre
todo espaço assim vestido, inundando tudo umidade. O sexo é
animal, o amor é tradicional, ainda não é hora do anal, somente
do banal, é hora, sim, de banalizar, quer dizer, vamos analisar: nada
passa de um momento, gloriosos, minguados, fatídicos; extinguido,
nada é estornado, é o ouro entregue aos tolos não aos corajosos
mouros que procuraram no lugar errado; foi um caça que escapou
no momento errado, para ser logo abatido. Está tudo tão calmo,
uma calmaria que amorna, adorna o sol e consome a lua, tudo
tão odioso, eu só, só eu e nua e você voyeur. Me chama de Bruna,
um bom nome de puta, mas o que sou é cachorra, a vaidade é
que me consome, lembra de mim se identificando com seu nome?
Faz tempo e eu era quase um Bond, e você era bom de mofo,
bom de cana. Dava ré no kibe, qualquer coisa um drama,
escorregando me chama e nunca houve incêndio, pois nunca houve
chama, não houve cama, não houve nós dois nela, pois não houve
tempo, não houve clima, nem tempo para um clima. Declama,
meu bem, derrama, eu sei, faz bem; se sangra: sal. Para isso
não conheço ninguém, para todas as outras, confiança. Confia tanto
que tu dança sempre que muda o passo, diz o coelho do Paulo.
Pensa que não conheço esse samba? Aproximando bem minha
arcada, vês? Não é de criança. Arranca rabo, arranca trança, toma
cuidado, hein, criança?! O barato ficou mas não ficou mais ainda,
baseado que sobrou, sobrou mais ainda, meu veneno diário,
meu relógio, meu porta-retrato, meu estandarte de fato, a foto
de um outro caso, voltando, de novo e de novo me mostro
e te mato no retrato. A ficha nunca mais caiu pois agora só cartão.
Me aproximei, cheguei só pra te dar um safanão, a porta fechada
na chave ninguém entra mas os fantasmas estão todos aqui
dentro rondando o antro, mas não se assuste, não passam
de um espanto, aos poucos vão dispersando, chegando a Brahma
e o Buda que a pariu, vamos ter alguma fama, não teremos mais
dramas, nossos jogos de dama, talvez tenhamos cama! Fica
à vontade, relaxa, se abre, de hoje em diante vão se ajustar
nossas trajetórias, depois do fundo só pode vir o raso,
não é só besteira que fode. Nada de troço hi-tech, sou capiau!
Não sou mais do proletariado, pego carona de jato, café
expresso e cagado, um céu engarrafado, cruzeiros reais
(não plastificados), não sonho, tá tudo na tv, que então tá no pc,
que está dentro donde estou dentro e dentro de dentro,
cascas e cascas, avexando-se ao avesso, transtornando,
irritando os tranquilizados, propofolozados, tranquilizando
os irritáveis, arrendando os espaços pra colher grajão.
Meu Deus, cabeça do caralho! Rezei pra Ele, me atendeu o Diabo,
prognosticou e mandou faturar. Lucrei! Posso agora te mandar
lascar, ops, buscar. Estamos aqui, só nós dois a teclar, numa sala
particular, não comece a tergiversar, não vem com esse papo
regulamentar, é mal momento pra se estressar. É próximo
o momento de maior confraternização de você e sua família do cão,
a quem interessar possa, a quem interessar...
Ah! Quem puder que se expresse, eu que não posso, não sei
nem de quem a primazia da arroba, se do boi ou do e-mail...
Uma mania assim assado de baiano não como, mesmo,
boto e cuspo fora, finjo, finjo e finjo, olha os sintetitizadores
fazendo onomatopéia. Forcei a barra, o xilofone me espera
acompanhando um compasso original num arranjo sobrando
no tempo. És membro de um organismo desfalecido.
Meus dedos não querem mas batem uma marcha militar
na flor da idade e pra quê vou procurar se tá aí na cara?
Não se vê se não desarma. Não se ama também.

Isto, é, uma, inverdade

Para desvendar mentiras que parecem verdade começamos com uma
verdade que parece mentira.


O Oscar® de Ben Affleck

WTF? Você deve estar se perguntando como um dos piores
atores que já briliaram em Hollywood conseguiu ganhar um
Oscar®. A Academia quase sempre privilegiou a qualidade
mas isso não implica que não envolva jabá, não no estilo molusco,
mas o dinheiro dá força, não se pode negar. Porém não foi o jabá
que deu um Oscar® para o homem sem medo de fazer papelão
e sim seu amigo de infância Matt Damon. Damon terminara
o roteiro de "Gênio Indomável", futuro vencedor do Oscar®
nesta categoria, quando resolveu pedir a opinião de Ben e este
trocou o nome de uma personagem e como isto era muito pouco para
pedir para ter seu nome nos créditos do roteiro, fez um acordo
com o colega: atuaria gratuitamente no filme em troca do seu
nome no roteiro.
Moral da história: Affleck realmente ganhou um
Oscar® mas sem fazer por merecer e, graças ao bom Alá, não foi
como ator, o que seria a desgraça completa da Academia.

Alguns anos mais tarde o ator recebeu um prêmio
relevante
por interpretar, mas adivinhe o papel? Um canastrão.
Ora, convenhamos Ben, isso não é interpretar.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Encontrei na Bíblia ou pederasta namber tchu


A Bíblia é deveras edificante:

Maeda Toshiie was very attractive as a boy, so at the age of 15 he became Oda Nobunaga's favorite and was always with him day and night. Afterwards, at a celebration banquet in 1576, Oda Nobunaga related his reminiscences and told him "You were my very favorite boy indeed, and every night slept with me on the same bed(futon)" holding Toshiie's beard with a smile. Listening to his memoirs, all samurai warriors and daimyo at the banquet were envious of Toshiie's good luck, and remarked with one voice "Bravo Maeda Toshiie! You are an extremely lucky man, because you were profoundly loved by our lord, Prince Nobunaga".

Oda Nobunaga. Bonito nome, a rima fica por sua conta.

Fonte: New York Times New Roman

Quem eu fui um dia nº3

George Foreman
O que faço: empresário
O que fazia: boxeador

"Fui um boxeador vitorioso mas na minha época não se ganhava milhões, então num dia descobri o que iria me sustentar depois de encerrar a carreira: estava no ringue sendo massacrado pelo Cassius, me sentindo um bife mal passado, aí nasceu meu grill. Assim assado."

Frases


Tony Montana

"Fock you!"
Este é o padrinho honorário do foda-se e, em se tratando de Al Pacino, Michael Corleone é foda mas ainda fico com o Tony.

Jesus nos livros apócrifos


Por um desses acasos singulares que acontecem nas nossas vidas tive acesso a um dos livros apócrifos escrito em grego. A semelhança estrutural com os livros do Novo Testamento é impressionante.
Com a ajuda providencial do Rosa traduzi um trecho que muito revela da persona de Jesus:

"Iam os fariseus torturarem um outro homem mas o comandante, por algum motivo desconhecido, teve piedade daquele em especial e resolveu oferecê-lo aos passantes e se houvesse uma oferta que o agradasse, ele livraria o pobre da penitência.
Eis que ofereciam 10, 20, 25 dinares mas não o satisfaziam. Jesus, que à época contava quinze anos, com sua perspicácia, notou que o general logo se arrependeria de seu gesto e retomaria o castigo. Jesus não desejava isto e sabendo das tendências pederásticas do chefe da missão, se ofereceu dizendo:
-Em troca da pele deste homem ofereço meu pupilo para suas imundícies mas peço que não o façam mal.
O general pôs-se a examinar o rebento mas em não sendo do seu agrado ofereceu-se Jesus a si mesmo. E no sorriso do general consumou-se o ato em público para que todos vissem que se tratava de um ato consentido."

Uma prova de amor que só Jesus seria capaz de dar.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Como ser um pai em 5 passos

A pedidos escrevi este manual, espero que seja de valia.

1. SEJA ADÚLTERO. O primeiro passo é necessário para manter a temperatura do relacionamento mas deve-se tomar cuidado para não ser pego em
flagrante pois o divórcio será praticamente inevitável e tudo o que um pai
não deseja é ver sua família sendo dilacerada, portanto cuidado com as
mensagens no celular e sempre lembrar de limpar o histórico do navegador afinal as mulheres gostam de sofrer, só pode ser por isso que
ficam vistoriando nossos bolsos e golas.

2. PEÇA DEMISSÃO DO SEU EMPREGO. Este é um grande passo para a autonomia masculina.
Você , depois de uns 15 anos de casado, abandonará a vida de escravo de
firma e passará a cuidar dos afazeres da casa como manter a televisão sendo assistida e postar em seu blog. Caso a esposa não goste da situação
diga que é um sinal dos tempos e que de forma alguma se prenderá a modelos arcaicos de família.

3. PALAVRÃO É FUNDAMENTAL.O palavrão é o sinal dos machos e das lésbicas, jamais
devemos abrir mão deles. Para garantir que estamos sendo
suficientemente desrespeitosos devemos criar uma cota
personalizada para cada indivíduo da família que deve ser
superada semanalmente.

4. OPRIMA. Por mais importante que sejam os outros passos, este é o mandamento absoluto.
Você é o boss e precisa mostrar isto. Democracia não existe e jamais deu certo em
lugar algum, sempre é uma fachada para interesses escusos mas você não precisa
disso; o jogo não precisa ser sujo, a opressão deve ser irrestrita e aberta, somente
as punições que devem ser mantidas sob sigilo por uma questão de segurança.

5. SUBJUGUE. Este passo tem uma relação íntima com o mandamento absoluto mas não são
sinônimos. Não basta ser é preciso demonstrar que você é superior a tudo e a todos
em quaisquer circunstâncias. Lembre-os que o alistamento não é opcional e que
desertores não serão perdoados.

Seguindo estes passos você será um pai inigualável que deixará uma marca indelével de retidão na sua prole formando cidadãos aptos a exercerem sua cidadania com responsabilidade na
sociedade porvir.

Frases

Sei que muita gente gosta de ler as conhecidas frases dos famosos presentes em muitas dessas revistas semanais; uma boa idéia, se é que já não existe, seria editar um livro no fim do ano com frase ditas por famosos com um cartoon ou desenho que dialogasse com a frase. Vou tentar fazer algo análogo mas como não tenho talento pra desenho ficamos com uma foto mesmo.

Amy Winehouse

"They tried to make me go to rehab but I said 'no, no, no'... " ... e me piquei, em todos os sentidos...

Rima pobre, prosa rica

Navaro tentric
Gosme fronrec
Trepida a fronte
Reprenda a fonte
Rerepete
Caguete
Baguete
Repete
Caguete
Baguete
Gelit
Calherda
Frindoso
Romo
Orumo
Queutomo
Tenrabe
Vede isto
Cisto bistrô
Emchisto
Conchisto
Nata tu mismo
Mesopotâmia
Há ti contíguo
Eu frade
Tuirma
Eu nunco
Tumanca
Eu ropo
Tutancamon
Eu mouco
Tu trampa
Eu genia
Tu gemia
Meu parco inglês
Sufita si porquí je t'aime
Ma no lo minte enda
Hai de simplezar
Czar logoxe
Laguxa tresborda
Barca funda
Espreito de touto
Se evola
Se eu me enrola
Conrola meu caro
Teu me rola
Meu consorte contrista
Se tu me és fola
Fado te canto
De fado me eicho
De fado me tomo
Fado é bom
Me deixa tonto
Totoro de pulp
Cria
Não sai da cabeça
Não há rumo às idéias
Guarda-las-ei onde
Só me vem as más
As boas se escondem
Nos erros gramaticais
Ortogonais
Lexicais
Tóxicos
Se entornam
Sossobram as más
Sossobram as más
Guarda laico da porteira
Acode alma derivada
Sossegado leito
Conserva-se por respeito
Aos peitos, as armas
Aos seios, as bocas
Aos freios, há porra
Aos pretos, masmorra
Aos brancos, que sequem
Aos flancos, pingentes
Aos trancos, de assalto
Aos poetas, os trancos
Cada um com seu tomo
Em fila indiana
Paraíso que espera
Que esperança
Que estamos
Espera que vem
O fraque que arde
A voz descompassa
A tez exaltada
Cova embargada
Rasante melro
Anunciará
O fim que se afasta
A luz que cintila
Cintilará
Não cessará
Sempre estará
Sarará
Samba crioulo
Que é o que te resta
Se a resma dos teus meses
Não te agrada
Afaga-te
Na puta moça
Que espera-te
Espero-me de ti
Que não há mais o que dizer
De tanto que te fiz
Minha ira se aplaca
Se a placa
Ali na entrada
Diz que é o céu
Vede que não tema
Entra e te lambuza