segunda-feira, 15 de março de 2010

O pornógrafo

Terry tinha 22 e Mary era uma qualquer no ônibus. Terry passou
a mão de Mary em sua bunda. Mas Mary não gostou e foi tirar
satisfação com o cobrador. Terry gaguejou e afirmou que fazia
pornôs e que ela era boa pro papel por que sua mão não afundou.
Seu coração lhe dizia e ela acreditou. Mary desceu dois pontos
depois e Terry desligado desceu no seguinte e por sorte ainda
a encontrou. Mary lhe disse que já havia feito pornôs, que não
sabia como ele adivinhara mas foi por pouco que ele se safou.
Terry disse que sempre sonhou ser vovô mas não queria que
seu filho o tivesse com dama então chamou uma coroa da
região teoricamente aposentada do ofício mas que por um pouco
mais que a média ainda dava no côro mas aí que a velha tinha
tirado o útero e deixou-o com o pau na mão. Mary o levou e
mostrou alguns do seus filmetes. Terry aprovou e comentou a
incrível elasticidade demonstrada além da plasticidade das cenas
por culpa do diretor, é claro, mas o casal não decepcionou e
tomou um banho e provou do doce. Mary levantou dizendo que
iria fazer compras para abastecer a geladeira que andava tão
mirrada e em vista disso pegava seu cartão como um adiantamento
que era essa a sua forma de trabalhar e que aquele seria o último
e que na bunda não tomava mais pois não era de bom tom nem
havia vaselina suficiente para o seu diâmetro. Terry concordou
extasiado, faria muita grana, comeria as puritanas de dia e de
noite as pretas cubanas de grossas ancas e grandes tetas e
grandes braços de lavadeiras ou tomaria jeito e se vestindo à
caráter encantaria uma dama com um colar ou uma suburbuna
com um ventilador potente ou nada disso, que continuasse tudo
na mesma, era novo e ainda havia tempo. Era tudo o que queria,
não depender de ninguém para seu próprio suicídio. Sucinto
quando pedido, prolixo se requerido, à toa se não bandido. O prato
foi suculento, a bebida foi realento, só os irmão eram um tormento.
Um, mais velho, Erão, mesmo dormindo enchia roncando; mais
novo, Tom, um mimo de terror, era um filme do Inillef Federico.
No mais, corria à boca pequena que o porto zarparia em busca
de outra quimera, que a daqui em tão pouco se esgotara, só
sobrara prejuízo no balancete. Aos poucos as ações estão
suportando uma tendência de queda por isso logo tirei meu
dinheiro e vim investir nesse ramo. Uma câmera, um puto,
uma puta e o resto é lucro. Tô mais feliz que Eunuco. No
final de cada dia homenageio a melhor cena no banheiro.
Logo após me lavo. É bom lembrar pois uns se esquecem.
Ontem foi um dia especial, meu pai me deu como presente
antecipado uma piteira com capacidade de 23 gramas de puro
ouro fundido na temperatura ideal. Estreei logo cedo enchendo-a
de pó para os convivas da próxima semana. Você não vai cometer
essa cafajestada. O que é isso?! Canalha não é canalha e meio.
Não mereço um cano desses, tudo que tenho construí na mão
não foi de favor que obtive, nem que tivesse sido seria de direito.
Vá, se puder. Se não, vá se fuder. Meu carro tá quase pronto aí
vou poder te dar carona, não precisa ficar ouvindo a conversa desse
caô. Quando estiver completamente recuperada, volta que te dou
mais uma, se achou que ainda foi pouco pra sarar a dor, sou bom
de mão, nunca errei na dose. Overdose nem de água da mais
límpida. Beija minha mão que limpo teu chão, esse era nosso
acordo tácito que descumpriste. E agora que te faço? Beijar meu
chão e limpar minha mão? Acho que não. Te darei um Mercedes
com um teco de óleo no freio. Já que você não está aqui vou pegar
emprestado seu colete de presidente da UFO e leiloar pra cotejar
um pouco meu juízo.

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