quarta-feira, 17 de março de 2010

Um cu calado é um poeta


Meu cu não me remete nada
Se o Arnaldo dá-o e peida
Que se foda
Também posso

Começando a trilogia do cu
Três estudos, três lógicas
um mesmo rabo

Coitado do meu cuzinho
Está tão banalizado
Não há outra coisa de que se fale

Meu cu só me suja
Jogando fora o que não presta
-Olha que tem quem coma

Meu cu tá tão velhinho
Sofreu tanta tração
Que já não está mais apertado

Meu cu no seu facho
Seria bom, eu acho
Mas não quero testar

Meu cu se apavora
Ás vezes chora
Lágrimas de sangue

Meu cu já sabe o rito
Todo dia quando acordo
É esse o horário

Meu cu medido
Em repouso não dá a medida
De quando em trabalho

Meu cu é sem graça
Me sinto tanto quanto ele
Quando o convoco
Pra mandar uma gracinha

Meu cu é uma desgraça
Não cagar seria uma graça
Por Deus concedida
No inferno é que se paga

Meu cu é meeiro
Não dá nada de graça
Nem por bom pagamento, no caso

Meu cu é uma pena
É cheio de pêlos do lado
Ás vezes raspo
Mas dá maior medo de rasgá-lo

Meu cu é de um redondo quadrado
Quando tem um pinto dentro
Limpo ou cagado
Está sendo comido

Meu cu nunca teve um dono viado
Mil perdões se estou sendo homofóbico
Meu dedão se não estou sendo sincero

Meu cu nunca esteve tão independente
Basta eu espirrar
E já fico melado
E me lembro
De quando
Não precisava de um cu
Pra ser engraçado
Um cu não é engraçado
Woody Allen é dos bons
Mas não é engraçado
Então fico com meu cu
Mas não pode ser lado a lado?

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