domingo, 21 de fevereiro de 2010
Os amantes
D chegou antes de mim. Estava lá esperando. Ofereceu-me uma
colher de tinta e um passeio nas árvores. O que D vê não sei em
mim, mas se repetiria.
D, como quase toda branca, exibia espinhas no seu rosto pálido,
se mostrava atenta aos meus passos e tinha uma barriga e a perna
fina.
D não era linda mas, em como se mostrava atenta, cada vez mais
ficava.
D queria contato pra me afastar no próximo segundo.
Me fez deitar em seu busto e me deu um não na cara.
Na igreja segurei sua mão de nata na minha mulata nata e
ganhei um beijo, não teve gosto de queijo por que foi só
de mão, de amigos longínquos.
Creio que D me quisesse mas M me empurrava e esta, sinto,
mas não descia.
D tinha o braço gelado, não sei mas vivia frio ou eu é que
acho - só uma vez o senti.
Uma vez fui com D pra casa, num fio de cabelo guardado, um
fio louro, talvez castanho se não tivesse pintado.
D viu que eu olhava e passou a mão de um outro bem perto do
seu órgão. Eu odiei mas ainda amava.
D, você devia ter me dado.
Em frente só restaria o degredo.
D, você me ensinou como não ser um amante. Muito obrigado.
*
Especialmente ilustrado por René Magritte
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